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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Borgonha um Prazer Inesquecível...


Quando comecei a degustar um bom Vinho, ouvi de um amigo em uma delikatesse que há milhares de produtores na Borgonha, uma região geográfica que é bem pequena. Isso faz com que eles produzam poucas quantidades dos vinhos. Borgonha! No inicio passou despercebido aos meus insensíveis ouvidos. Preço é um tema complicado quando se fala dos vinhos da Borgonha. Principalmente se você não é rico.Já que Você não é bobo já percebeu onde essa fórmula vai dar: preços altíssimos.
O problema é que os vinhos são muuuito bons. E aí acontece um grande dilema. Você fica maluco para comprar cada vez mais garrafas de vinhos da Borgonha. Mas, quando olha para o saldo da sua conta bancária, tem vontade de chorar. Principalmente se você for brasileiro. Se na própria Borgonha os preços já são altos, aqui no Brasil a brincadeira dos vinhos realmente bons da região começa na casa dos 200 reais.
Não, você não leu errado. COMEÇAM em 200 reais. E o céu é o limite.
Vamos aos vinhos da Domaine Jacques Prieur, degustados no evento promovido pela Casa do Porto na semana passada. O vinho mais simples da noite custou R$ 99: é o Clos Mathilde branco, safra 2004. Um vinho bom, mas nada memorável. É um bom caminho para quem quiser se iniciar na arte dos borgonhas sem gastar muito. Mas não pára por aí.
O segundo vinho da lista foi um Mersault Clos de Mazeray, safra 2004 (também branco).  Muito bom. Aromas florais e de frutas cítricas. O aumento de qualidade é refletido no preço. Esse vinho custa 327 reais.
Terceiro vinho: Puligny-Montrachet les Combettes safra 2003. Vinho branco classificado como premier cru. Uma delícia. E nada menos que 546 reais a garrafa.
Vinho número 4: Beaune Champs-Pimont branco, ano 1999. Tem oito anos de vida, mas ainda vai longe. R$ 243.
Quinto vinho: Beaune Champs-Pimont tinto, safra 2002. Aromas minerais fortes e complexos, belo equilíbrio, ótimo. 254 reais.
Sexto vinho: Clos de Vougeot Grand Cru 2001, tinto. Excepcional. Aromas ainda mais complexos que o vinho anterior. Muito untuoso, lembra um xarope. R$ 527.
Sétimo vinho: Echezeaux Grand Cru 2001, tinto. Uma criança ainda: vale guardar na adega por vários anos. Agora está muito concentrado. É uma explosão de taninos, carvalho e aromas que lembram pimenta do reino. Sensacional. Pena que custa… R$ 891.
Penúltimo vinho: Musigny Grand Cru 2001, tinto. Eis um vinho intrigante. Muito macio e encorpado, mas com a sensação de que vai longe ainda. Os aromas são um show à parte: basta cheirá-lo para você dar um nó na sua cabeça. Espetacular. Custa R$1 255 .
Último vinho: Montrachet Grand Cru 2001, branco. Branco? Sim, ele é tão complexo que ficou por último, para depois dos tintos. Se eu fizesse uma degustação às cegas, provavelmente diria que se tratava de um tinto… Isso dá uma idéia da força desse vinho. É possivelmente o melhor branco que já tomei. Muito encorpado. Você gira na taça e dá a impressão que ele tem mel, de tão untuoso. Aromas cítricos, florais, minerais e de trufas. Ele custa nada menos que R$ 2 800.


Vale a pena? Olha, alguns sim e outros não. Se eu tivesse condições, pagaria por três vinhos dessa lista: os três últimos. Diferentes de tudo o que eu já provei, intrigantes e que merecem ser tomados várias vezes.
Borgonha é isso, caros leitores.  

"Chega um momento na estrada da enofilia em que o sujeito se depara com a Borgonha. Então um mundo inteiramente novo se abre. Um mundo de aromas e sabores inéditos. E geralmente um mundo com déficits igualmente inéditos na conta bancária."

"Uma brincadeira interminável para os amantes de vinho. Uma brincadeira cara, muito cara. Mas inesquecível."
 
Dedico este post a um amigo Que também é inesquecível Meu caro "Paulo PC".

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